Vai e vem
A gente morre e renasce tantas vezes
Como se amor acabasse e viesse novamente
Um tanto absurdo isso soa
É uma voz que dentro de nós assim ecoa
Havia um movimento para a mesma direção
Um movimento discreto
Como se nada pretendesse
Apenas romper a solidão de um momento
Se breves fomos na ida
Mais breve ainda fomos na despedida
Sem, ao menos, haver partida
Isso mudou todos os fatos
Um silêncio brutal nesse caminho se fez merecer
Um silêncio tão voraz dentro de nós
Que calou a voz de quem éramos
Como entender agora quem somos?
Quantas expectativas foram vãs
Em busca de uma ilusão perfeita?
Um reflexo de si
No outro estampado
Não era a maior felicidade
Viver do outro
Era só o começo da ciranda da verdade
Que trouxe a vida desnudada
Havia também o medo da imperfeição
A maior de todas as loucuras
E tempo sem fim para reflexão
De como nascemos e morremos tantas vezes