Tempo de ansiedade

Vivemos dias dolorosos

Com pesar de ações do passado

Com saudade de abraços calorosos

E desejo de não ver o mundo condenado

Vivemos dias de ansiedade

Esperamos pelo cair da chuva

Tentamos manter a vaidade

Mesmo sabendo que nossa pele tem textura de uva

Vivemos dias confusos

Onde os direitos humanos são para bípedes irracionais

Onde os líderes parecem perder parafusos

E os loucos são nomeados normais

Vivemos dias de seca e dormência

Semanas de angústia e cansaço

Tornando-nos seres sem paciência

De ternura vagos, sem partilhar da doçura nem um pedaço.

Comecei a escrever pra falar da água e da sua ausência

Mas senti que a secura vai além da terra trincada

A chuva refrescará em nós cada dormência

Mas não salvará a alma machucada.