ALMAS DA NOITE.
Só silêncio de almas
Em corpos perdidas,
Frias, em noites calmas,
Descem as avenidas.
Carregam desespero
E o medo do amanhã,
Ouvem o arremedo
Dos gemidos do além.
Caminham sem pressa,
O abismo as espera,
Cumprem a promessa
Feita em outra era.
Torturadas pela sina,
Desditosas que são,
A natureza divina
Atirou-as ao chão.
Dobradas em curvas,
No vértice da pobreza,
Sob a neve e chuvas
Com a vida presa.
Caminham silenciosas,
Ao lado do desdém,
Almas generosas
Não sabem o amanhã.
LuVito.