LADRA DE PALAVRAS

Por entre os galhos

da noite.

Ela observava.

Seus olhos brilhavam

tanto quanto a lua

de prata que pendia

no céu negro.

A postura exótica,

clássica.

A cabeça que movia-se

pra todos os lados.

O leve contorno de

seus olhos, faziam

algo simetricamente

perfeito.

As asas que sempre

estavam prontas,

prontas para ganhar

o mundo com um

simples bater de

penas.

Além de ganhar o

mundo

ela também ganhava

os céus.

Ganhava também

as palavras.

Ganhava e as guardava.

Voava em busca de

novas palavras e,

voaria até ter

conseguido todas,

voaria até roubar

a última palavra, do último

poeta.

Até que ninguém mais

pudesse escrever.

Até que todos os poetas

desistissem de tentar.

Até que as últimas únicas

palavras fossem suas,

e todos os poema fossem

seus.

Julyana Ribeiro
Enviado por Julyana Ribeiro em 31/10/2014
Código do texto: T5017919
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