LADRA DE PALAVRAS
Por entre os galhos
da noite.
Ela observava.
Seus olhos brilhavam
tanto quanto a lua
de prata que pendia
no céu negro.
A postura exótica,
clássica.
A cabeça que movia-se
pra todos os lados.
O leve contorno de
seus olhos, faziam
algo simetricamente
perfeito.
As asas que sempre
estavam prontas,
prontas para ganhar
o mundo com um
simples bater de
penas.
Além de ganhar o
mundo
ela também ganhava
os céus.
Ganhava também
as palavras.
Ganhava e as guardava.
Voava em busca de
novas palavras e,
voaria até ter
conseguido todas,
voaria até roubar
a última palavra, do último
poeta.
Até que ninguém mais
pudesse escrever.
Até que todos os poetas
desistissem de tentar.
Até que as últimas únicas
palavras fossem suas,
e todos os poema fossem
seus.