Aqui

Ah, meu amor,

Me perdoe as palavras de dor

A saudade de ti é grande

À isso, talvez, eu brinde!

Rever palavras não faz bem

mas ontem a mim foi, amém!

Pois ainda guardo e aguardo

nossas conversas, um diário lacrado!

Desculpa pela aparente dor que transcorre

transparece em mim a tua falta!

Tempo devagar e calado, tranquilo escorre

como ampulheta linda e pálida!

Quem dera fosse carência

pois assim outro suplantaria

teu lugar em decência

e, seria um bem que me faria.

Quem dera fosse transferência

do carinho de um para outro

quando fora uma abstinência

de verdadeiro amor noutro.

Mas, não, não, não

Fora amor que tu plantou

A semente, coração,

que sem querer jogou.

E, de outra batalha

ainda guarda os pesares

ainda estás com mortalha

daquela que tu amastes.

Quando assim se libertares

das amarras de outrora

estarás livre para amares

talvez, juntos uma aurora.

Veja, meu bem,

ainda olho em teus olhos

E, eu sei tão bem

que ainda estão exauridos.

As lágrimas estão escondidas.

Teu pranto é silencioso e sóbrio

Nem pessoas próximas sabidas

veem através, pois mantém o brio.

E por mais clichê

ainda estou aqui

para amar você.

Aqui, aqui, aqui.