GRAVIDEZ DA POESIA

O que falar, se ainda não sei?

Como ter certeza, se sou inseguro?

Porque afirmar o que nem experimentei?

Será que vale ir só pelo pressentimento?

Intuição, sentimento ou palpite pode?

Quem vai ouvir, acreditar e seguir?

Tenho desejo de falar, expressar e revelar.

Alguém terá desejo de absorver isso?

Tenho que reprimir o meu desejo,

Só por pensar no desejo de outro?

Quem escreveu o livro de ética para a poesia?

Ele existe? Existe um consenso de regras?

Então porque minha mente trava?

Porque tenho que pensar nisso tudo antes?

Será o medo esse tal livro?

Será a vergonha de se expor ao ridículo?

Será o pudor o fator que me inibe?

Quantos versos, poemas e talvez livros,

Estão engavetados na mente por tais motivos?

A mente que não tem filtro é livre?

Mas o que fazer com os efeitos do que disse?

Vou ser responsável por eles?

Se for essa a situação deve-se recorrer ao silencio?

Na verdade, de onde vem o que digo?

Há uma fonte de inspirações?

Como ou Quem a alimenta?

Se se alimenta com coisas boas,

Resgato minha autonomia e independência!

Pronto! Agora sim posso escrever...

James Taylor
Enviado por James Taylor em 23/11/2014
Reeditado em 23/11/2014
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