Poema do Ego

Não aceito mais um Eu nem Teu

Ego egoísta de ser sem saber e acabar

Por viver na obsolescência do Eu,

Monopólio transmutante de energias

Individualizantes e possessivamente Minha

Egotismo acadêmico premiado com diploma

De doctor ególatra, revestido de toga

Enrugado por risos vampirescos e

Imaginação engolfada na redoma do Eu

De anseios unos e profundamente ermos

Não quero condecorações nem medalhas

Nem símbolo algum de poder humanoide

Pois não ser notado é não ter um Eu

Despossuído das mazelas obrigatórias de ser

Não sou e não tenho. Faço parte da insignificância.