SECANTE...
Lá vem o sol, por entre as folhas, secando o orvalho da triste madrugada que passou.
A vida é assim, para cada lágrima sempre haverá um facho, uma luz... Um desamor.
Que transformará duas almas, uma em lua, outra em sol.
Não na essência da lua bela e fria ou do sol belo esplendor.
Mas na distância que a sábia lei da natureza sempre anuncia,
Em pingos dos olhares das noites e dos dias que ela criou.
Por isso, aproveite os cânticos das cigarras, o silêncio da brisa,
O perfume da rosa escondida ou da escancarada flor.
Pois quem sabe um dia aconteça um milagre,
E o tempo retarde esses movimentos tão precisos,
Desfaça o feitiço e te mostre outro caminho,
Onde não haja um só pingo, mas apenas o sorriso,
De uma sensual e nova madrugada, que mude tudo.
E o sol virá não como secante, mas brilhante,
Dos brilhos dos teus olhos felizes,
Duma madruga sensual que nunca morrerá,
E a única lágrima que virá,
Será do gozo que nunca passou.
Da lembrança que marcou... De mais amor.