O Missionário do Amor (A nascente versão longa)
Estou nas ruínas do Eu perdido,
Debaixo do céu cinza, amargurado,
Reconstruindo o destruído
Das galácticas guerras do passado.
Energias negativas me invadiram
Com o Ódio, sua arma mais letal;
Minha paz e harmonia destruíram,
Impondo uma guerra descomunal:
Seu exercito dominou cada canto;
Deixou meu povo com medo aos prantos.
Meus anjos tentaram lutar,
Mas eram menos numerosos e vieram a falhar.
Eu então chego a me decidir
De que eu mesmo vou me reconstruir!
Vou juntando as pedras da emoção com outras de emoção,
E as de pensamento com as de pensamento,
Tentando reerguer os alicerces do contentamento,
Mas criaturas da escuridão
Vem me perturbar a todo momento.
Como a mim mesmo vou salvar
Se meus próprios demônios não consigo evitar?
De repente, o céu se abre,
O cinza é expulso e o azul é instaurado;
Dourado tornam-se as nuvens, saudando
Um intenso esplendor branco que ao centro é iluminado.
Protejo-me os olhos, mas não vejo nada ou alguém,
Até que uma voz ecoa do além:
Antes de salvar o mundo, precisa salvar a si mesmo.
Sua missão é muito importante para viver assim a esmo:
Sob ao ego alheio, e captando sua densa energia,
Que carrega a perdição dos vícios, a ilusão do poder,
E todo o resto que a ‘’prisão dos perdidos’’ irradia,
Tornando a vida em tudo o que não pertence ao viver.
Como posso me curar?
A cura é o Amor, basta acreditar,
E nele se banhar.
Mas você o perdeu...
E por isso você cedeu.
Você se permitiu ser invadido;
Atraiu para si os desvalidos;
Por falta de Amor você se perdeu.
E como o reencontro?
Ele está dentro de você, perdido. Só precisa ser encontrado.
E para encontra-lo, basta fazer ‘’a jornada’’,
Para seu Eu interior, o seu vale encantado.
São várias etapas: isole-se em si mesmo;
Perca-se em si mesmo
Que a si mesmo encontrará;
De seu universo, será Deus e o Diabo;
Encontrará o Amor que há dentro de si, desamparado,
E a si mesmo reerguerá.
Isso lhe deixará energeticamente blindado:
Energia alguma poderá afetar seu interior.
O Amor será o catalisador,
Se por boa ou má energia for atacado.
Se má, o amor em boa a transforma;
Se boa, a mantém na mesma forma.
E então, emanará a energia do Amor à Alma do Mundo,
Para que todos possam captar,
E ‘’amorizar ‘’ seus próprios mundos
Depois que nele se banhar.
Então,
Eis a sua missão:
Depois que se curar, e a si próprio conquistar,
Você deverá voltar e lutar nesse inferno,
Como um soldado na Batalha da Nova Era,
Para despertar cada um dos mundos externos,
Para o mesmo que eu acabei de lhe despertar: o ‘’Eu interior’’,
E impô-los a missão de ‘’Missionário do Amor’’.
Mas primeiro, você precisa em si mesmo se isolar.
E isso apenas você poderá realizar.
Você é aquilo que você condiciona o seu amor.
A busca do Amor é a nascente para sua evolução.
Entrelace seus hemisférios: sua mente e coração,
Com seus santuários: seu corpo e seu espirito,
Numa única esfera de Amor e encontre a iluminação.
A Fé é a fonte,
E seu Ego é a Panacea, o líquido sagrado,
Que te levarão ao horizonte,
Do exílio em seu próprio mundo individualizado:
Arranque sua boca para não mais exaltar
Ao mundo vibrações negativas...
Eu, então, com o sagrado fluído, tomo iniciativa:
E minha boca venho arrancar.
Arranque seus olhos para não mais ver
Cenas que fará seu espírito adoecer...
E meus olhos de meu rosto venho desagarrar.
Arranque seus ouvidos mais não mais ouvir
Vibrações que seu interior irá ferir...
E então, de minha face meus ouvidos venho separar.
Você selou seu mundo da externa magia,
Mas seu interior ainda remói resquícios dessa energia.
Como estou te ouvindo?
Sou a voz do seu coração.
Estou dentro de você, sorrindo.
Como mato esses demônios restantes?
Transforme-os em anjos!
Não, não. Quero eliminar de vez esta energia errante.
Tudo na vida é uma eterna transformação,
Uma eterna alquimia.
A morte não existe, é apenas um portão:
De nossa vida carnal para espiritual vivemos uma transformação,
E o mesmo vale para a energia:
Do bom ao mau, ou do mau ao bom passaria,
Dependendo do banho de ódio ou amor que der nela;
Poderá ser amarga, poderá ser bela.
Para um exercito de demônios enfrentar,
Nada melhor que um exército de anjos recrutar!
Purifique-se em sua individualização.
Faça dela sua religião.
E viva por si mesmo sob o hino
De mente e coração latente ao divino,
Onde sua mente é o projetor de suas vontades,
E seu coração o capitão de seu destino.
Faço minhas mãos conchas, e em mim mesmo na Fé do Amor me batizo:
Sinto-me leve, apaziguado, um paraíso;
Vejo os restos dos monstros internos que viviam,
Se tornarem as sementes angelicais mais puras que nasciam.
E festejando a nova lucidez que em meu viver agrego,
Num funeral interno, enalteço meus antigos olhos que ficaram cegos.