Poema de Pirraça

Um dia sem inspiração,

A caneta treme na minha mão,

Risco e rabisco no papel um monte de cisco,

Traçando contornos num papel de pão.

As idéias escorrem, se esgotam,

Mergulham num mar de contradição,

As palavras me escapam, fogem,

E o que e era tema é agora dilema, em vão.

Acho que hoje não sai poema,

Segue silencioso esse meu dilema,

Como tratar as feridas do meu longo tempo?

Parece até que não vale a pena!

Quanto mais velho “fico” poeta,

Mais parece que será assim,

De altos e baixos vai se vivendo,

Desde o começo até o derradeiro fim.

E nesse dia sem graça,

Faço de tudo e até de graça,

Mesmo que seja só de birra,

Nem que seja por pura pirraça.

Geraldo Faria
Enviado por Geraldo Faria em 03/01/2015
Reeditado em 26/07/2017
Código do texto: T5089406
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