Etérea...

Existe uma poesia intimamente

Ligada aos meus olhos;

Às minhas frágeis mãos de poeta;

Ao dom de ver a vida vívida,

Só que a caneta não diz.

Pois são palavras enriquecidas,

Criadas pela ação de

Um verbo que não se fez carne.

Ela é prima-irmã da musa música,

Tem gosto de mousse de maracujá

Mas o cheiro é de beijo de moça;

Não sente a prisão da sintaxe,

Tampouco se deixa levar pelas bocas

E os seus engodos vorazes.

Vive calada como poesia pedra;

Mas tem espírito árvore;

Coração bicho livre da mata virgem;

Vezes ela singra, outras, sangra...

Parece até ave de petróleo.

Ela voa... Voa... É pássaro liberdade;

Não se liga às canções de espanto

Que os homens cantam dissabores...

Mas quando ela beija os lábios...

Ah... Não existe alma que não se salve.

Carlinhos Matogrosso.

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 09/01/2015
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