A COR DA PELE
Eu saio de casa e vou ver pessoas.
Eu paro num bar onde elas se atraem
e formam grupos, grupos novos e grupos velhos.
Grupos que nunca mudam, coisas do mundo.
Em um frio final de noite um cara abraça uma menina.
Enquanto uma amiga procura quem a satisfaça.
Vejo alguém que se apresenta.
Mas, que desilusão!
Gente do mundo, fora do padrão.
Opressão, gritos, desabafos.
A realidade expressa-se num bar.
A cor dos olhos sempre traz desejos.
A cor da pele a segregação.
E o dinheiro apaga sempre os problemas.
E os escolhidos podem dormir bem.
Será assim por mais tempo?
Até quando então?
Descobriremos que somos iguais?
Prisioneiros das leis desses deuses ditadores.
Que na verdade são simples mortais.
(Extraído do livro "Contos de Verão: A casa da fantasia", capítulo "A cor da pele".