O Poço (Vazio)

A água já ameaça meu pescoço.

Como uma mão carrasca que me enforca,

Ela continua a subir.

Grilhões me prendem ao fundo, para me mostrar que não posso me livrar sozinho.

Ergo os olhos ao alto do Poço

Um furacão impiedoso me assombra.

Quase sem forças peço por ajuda,

Grito em meu último suspiro.

Submerjo na esperança de salvação.

Será que ela virá?

De baixo d'água, vejo minhas lagrimas se misturarem à lama.

Sinto meus pulsos sangrarem implorando por liberdade.

Meus pulmões clamarem por ar.

Meu pesadelo em realidade se tornar.

Então, silêncio...

Nada mais podia ser ouvido,

Apenas meu coração.

No silêncio, no frio, na vastidão aterradora do Poço.

Escutei meu coração gritar.

Batia feito louco, sem intenção de se entregar.

Mas como lutar sem forças?

Fecho meus olhos.

Recordo-me de tudo que havia feito.

Pessoas que conheci. Lugares que visitei. Momentos que vivi.

Acalmo meu corpo,

Entrego-me ao vazio que se abriu em meu peito.

Roger Silven XII
Enviado por Roger Silven XII em 19/02/2015
Código do texto: T5142701
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