PELOS GRÃOS E PELO PÓ...
Há quem não se deslumbre com o brilhar da lua cheia.
Ou no andar na praia, de pés livres, sobre a areia,
Ao invés da liberdade, sinta apenas os grãos e o pó.
No beijar em frenesi não enxergue a felicidade alheia,
Do sorriso em sua direção, desse ato nem sequer deleita,
Tendo no seu coração ao invés do sangue aquele pó.
Abraços apenas por educação, sem sentir em suas veias,
Como se o peito fosse um lar vazio, apenas teias,
Alma insensível a varrer do corpo apenas areia e pó.
Talvez o único momento em sua vida sorrateira,
Em que o pó seja varrido por lágrimas verdadeiras,
É saber que sua essência nessa linha...
... Por mais que a lua brilhe, e por mais que se caminhe,
As marcas desses passos serão apegadas pelos grãos e pelo pó.