Era uma vez Hiroshima
Era uma vez Hiroshima,
Pela guerra acometida,
De medo vivia
Ao ressonar o alerta.
Era uma vez Hiroshima,
Pelo clarão iluminada,
Pela bomba destruída,
Na história marcada.
Não eram flores Molotov,
Einstein e a ciência aconselhou,
Os Estados Unidos a ideia aceitou,
A Declaração de Potsdam
O imperador japonês recusou.
E as tropas permaneceram
Para lutar pela expansão,
Enquanto a Alemanha recuava,
A Guerra do Golfo piorava.
Nada puderam fazer
Para o dia seis de agosto não acontecer,
Oito e quinze da manhã...
... Ah, o clarão silencioso!
Na imensidão, sem tocar o chão,
Tornou tudo escuridão.
Corpos lançados,
Debaixo dos escombros enterrados,
Nas feridas que não mais seriam cicatrizadas,
Na dor pela dor jamais curada.
E a imagem da mãe
Com a filhinha nos braços,
Dias e dias pedindo socorro,
Pelo marido também na guerra morto,
Para o último adeus.
Tantos hibakushas
Só sobrevivendo
Na miséria do que restou,
Que para reconstrução
De sua nação,
Aceitou do inimigo o aperto de mão.
O Japão floresceu,
O Festival de Flores aconteceu,
O seu espaço conquistou,
Décadas depois
A guerra era passado,
Que não passou.
E como viver novamente?
Foram 200 mil pelo poderio,
Hegemonia da Aliança,
Que levou milhares de crianças.
‘’Pequeno menino’’ mau
Tornou Hiroshima
Para sempre
Era uma vez...