Conversa com a terra
Quem, hoje, conversa com a terra e
desenterra os seus sentidos? Quem, hoje, a ela
dá ouvidos e penetra suas fenestras e faces feridas, seus retratos, estratos, belezas e brilhos? Quem hoje conversa com a terra e sente seus pulsares mais candentes, seus pensares mais prementes, seus plasmares e correntes, seus olhares mais doentes,
seus pomares,
dias quentes, suas
mudanças climáticas
e pujanças performáticas,
e mesmo suas vozes esquecidas,
muitas delas pensadas lunáticas
porque enfáticas de querer vida?
Vida esta transformada em quimeras,
em dias em que poucas almas se enlevam,
ou de muito poucas delas se espera
sentir as dores e falas dos homens, da vida, da terra...
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).