Conversa com a terra

Quem, hoje, conversa com a terra e

desenterra os seus sentidos? Quem, hoje, a ela

dá ouvidos e penetra suas fenestras e faces feridas, seus retratos, estratos, belezas e brilhos? Quem hoje conversa com a terra e sente seus pulsares mais candentes, seus pensares mais prementes, seus plasmares e correntes, seus olhares mais doentes,

seus pomares,

dias quentes, suas

mudanças climáticas

e pujanças performáticas,

e mesmo suas vozes esquecidas,

muitas delas pensadas lunáticas

porque enfáticas de querer vida?

Vida esta transformada em quimeras,

em dias em que poucas almas se enlevam,

ou de muito poucas delas se espera

sentir as dores e falas dos homens, da vida, da terra...

(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).

Luiz Carlos Flávio
Enviado por Luiz Carlos Flávio em 30/04/2015
Reeditado em 30/04/2015
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