Fronteiras
As fronteiras, hoje em dia, são, deveras, fugidias.
Se imbricam seus contatos, versões, fatos, ideologias.
Se imbricam as cidades, os poderes,
potestades e porteiras, divisões e altruísmos,
simbolismos, ativismos, arcaísmos e modernismos.
Se imbricam as fronteiras
quais vértebras inextricáveis,
quais fortalezas inexpugnáveis,
qual mônada aparentemente intocável, inquebrantável...,
mas cujas esteiras, mesmo as consideradas impermeáveis, se tornam aladas, etéreas, porosas, nada eternas...
Contudo, outros mundos fronteiriços se enquistam,
permanecem, se formam.
Aos poucos se tecem outros
ou os mesmos rabiscos e vícios.
Culturas, identidades se revisam, se refazem,
se enclavam, se esquivam.
E novas fronteiras se engendram,
seja ou não às nossas vistas...
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).