Palavras

Que iluminam

Que geram vida

Que apagam ou incendeiam

Cicatrizes; nova ferida

Desfazem e refazem

Chegam longe; fogem do alcance

Atam, desatando...

Não se recolhem, mas se retratam, curando

Falou. Vivi

Falei... falhei

Falamos, nos unimos

Estando juntos, nos faltam; nos sobram

Nos aquecem e resfriam

Quase tão rápido quanto o seu pensar

Afagam, enganam, iludem, desvendam

Dão sentido, propósito, desejo; fazem sonhar

Na ausência, clamam pelas janelas de luz

O olhar traduz o que a alma não soube ou não quis formalizar

Do sofrer, o grito; da intimidade, o sussurrar

Da ideia solta, a reticência

Confundem em excesso, se o verbo não encarnar

Contam da felicidade ou tristeza com eloquência

Misturam essas essências em tubos de ensaio

Que fermentam, fomentam, fragmentam

Vida e morte; resumem, distorcem

Exercício diário, vezes, sedentário

Barro ganhando espírito

Alma fazendo contato

Tocando o outro na despedida

Ou ainda no ventre, quando sem formato

Expressão, decisão, conclusão

Caminhos e descaminhos; atalhos

Mas, do início ao fim

Elogia-se um criador no discurso do seu perfeito trabalho

Não só pela transmissão, comunicação, canção

Mas pela beleza e singeleza que ecoam

E com tamanha franqueza compõem

Muito mais do que um vasto dicionário

Práxis hilário

Regis Rodrigues
Enviado por Regis Rodrigues em 07/05/2015
Código do texto: T5233377
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