BOLHA DE SABÃO

De alguma forma o vento sopra

E o líquido inerte toma forma

Alcança os ares, esvoaça, troca

O que a retinha não mais a torna

Que leveza, que brilho, como é linda

A brisa leva e a leve bolha flutua

Suba bolha, encante, não caia ainda

Fascina-me assim como faz a lua

És tão singela, sóbria e inocente

Em ti carregas tantas abstrações

Não te desfaças tão indiferente

Deixando-me só com as frustrações

És passageira como o é a vida

Que por mais que dure o ocaso vem

Viverei a vida muito bem vivida

É tudo que me resta, isso me convém

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 11/05/2015
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