MEU INFINITO INTERIOR
Fiquei uma temporada dentro de mim,
investiguei todos os lugares inóspitos;
saí vazio de tudo, foi uma viagem no interior.
Aqui fora existe uma parte da paisagem de dentro;
fiquei entre os dois mundos,
na mesma covardia de sempre.
Ainda não me conheço;
contento-me com a moldura laqueada, exposta.
A única coisa que aprendi, foi conviver com o vazio.
Preciso fazer outras viagens para me conhecer melhor;
saber se no meu interior existe mesmo algo de mim,
se posso confiar na minha essência oculta,
sem esquecer essa máscara que tanto me encanta,
fazendo-me refém de tantas molduras maquiadas,
as mesmas que tentam roubar de mim,
a liberdade de viajar ao meu interior.
Pedro Matos