O SONO DA BAILARINA

O SONO DA BAILARINA

O que será de você quando o circo acabar?

O que será?

Quando a lona deixar de proteger o teu corpo?

Quando a tua máscara cair,

e a tinta escorrer?

Você brinca com a dor dos outros,

você rir dos que ingressam na vida,

dos que acreditam em sonhos,

das fantasias inocentes

de todos que se aproximam de ti,

não ama as crianças,

despreza os velhos,

crê somente no espetáculo do momento,

cospe nos artistas de rua,

vê nos poetas a loucura que nada te diz,

não consegue levantar o teu olhar

para ver a Lua,

você não é a única estrela.

O que será de ti,

quando os teus "amigos" fugirem?

Você teve/tem amigos?

Quando as tuas roupas ficarem sujas,

terá os mesmos rios?

E quando o teu corpo não for mais

um botão de rosa,

o que terá a oferecer?

Qual será então a tua barganha?

Nada dura para sempre.

Acredite.

Quando as lembranças te visitarem,

no meio da madrugada,

o homem que te amou, será lembrado?

A vida passa, garota,

a beleza do Ego não será mais a mesma.

A solidão a todos visita,

deguste-a sem reclamar.

O circo não fica em um só lugar,

ele viaja, deixando lembranças;

será o dia

em que não mais haverá ingresso para ti.

A cortina caiu,

já não poderá mais usar as tuas

máscaras.

Deixaste muitos pelo caminho,

eles acreditavam nos sonhos,

você, idolatrava as próprias fantasias.

Agora o teu sono perdura, garota,

alimente-se dos teus pesadelos!

Pedro Matos

Pedro Simao Rocha Matos
Enviado por Pedro Simao Rocha Matos em 22/05/2015
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