Alvoradas
As alvoradas
chegam sempre de mansinho
e nem mandam avisar. Elas chegam
sorrateiras provocando as fileiras a
olhar os horizontes, mesmo aqueles
bem ao longe. Elas invadem as calçadas e as
cercas, mesmo as farpadas, e transgridem
seu olhar. Elas espantam todos medos, desocultam
os segredos escondidos sem pudor. Só não gostam
de ser duras, de impor suas fissuras, deixam
a gente à vontade pra abraçar a liberdade
ou mirar outro querer: de até mesmo
desfazer do nascer
das alvoradas...
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).