EPÍGRAFE (A SALVAÇÃO DA TESE)

Introduzir o que se quer descrever

com uma boa epígrafe

soa como forma de resumir

tudo o que, com apreço,

se queria dizer desde o começo.

Tão rica a epígrafe pode ser

que, na hora de concluir

nós talvez devamos

novamente a referir.

Uma epígrafe rica

pode, sozinha,

ser uma espécie

de salvação da tese,

trazendo boa exegese

que explicita e aquece bonitinho

todo argumento que dá linha

ao começo, ao meio e ao fim!...

De uma epígrafe rica

ninguém em sã consciência abdica

ou mesmo esquece.

Todavia, uma epigrafe ruim

pode ser o fim...

Pode ser considerado

como um pulo do gato

desfocado, desfocado, derrotado,

que não conseguiu pegar o rato.

Se a epígrafe, enfim, for ruim,

do começo ao meio e fim,

a tese há de ser vista

como argumento que despista

e não conquista....

Logo, será mal vista.

Pois se a epígrafe é um gato

que não pega o rato,

a tese, de fato

vai pagar o pato!...

(Luiz Carlos Flávio)