O olhar do espelho

Corria tão desajeitada

Aquela perna estranha

Parecia desengonçada

Mas, de certo era ela!

Sempre se achou assim

Sentia-se fora de contexto

E, agora, ali estava a prova

Aquele espelho imenso

Não poupava ninguém!!

Quanto mais se aproximava

Mais desacreditava

e então, surpresa estancou!!

A imagem do espelho.. se contorcia

E mostrava o corpo gelatinoso

Era como ser ‘amoeba”

Ali riu umas risada dentuças

A orelha minúscula crescia

Ao mover-se para os lados

Se transformava em orelhões

Despontados e molengos

A barriga era um prato fundo

Que se equilibrava entre as mãos

De dedos gordos nas pontas

E aquele cabelo hiper na moda

Elevados como ondas de mar

E pontas de suspiros

Os olhos ora grandes, ora esticados

Pra cima ou pra baixo era espetáculo

Riu-se tanto, que achou a vida boa

Ali naquele momento... congelado

Rodou, pulou, dançou e superou...

Aquela estranheza de si fugiu

E ela amou aquele espelho

Que a fez feliz, quem diria!

Um espelho que produz alegria

Jennifer Melânia
Enviado por Jennifer Melânia em 24/06/2015
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