O que Somos Nós Senhores?
O que somos nós?
Nobres senhores, pergunto.
Pedaços soltos, frouxos os nós
Que padecem em um conjunto?
Cadeia ramificada de suspiros
Entrelaçam nossas dores e risos,
Atentam o mar de pensamentos esquivos
Para o qual cerram-se sorrisos.
Pergunto: pessoas de fé maleável
Seríamos uma causalidade de expectativas?
Seres conscientes, ignorantes, amável
Do bel prazer ou dignidades cativas.
Que além das feridas
Expões-se na vidraça
De coisas queridas
Destruídas pela desgraça.
Afinal, senhores, o que somos?
Afinam-se as dores aos golpes e tombos?
Afirmam-se dogmas e outras doutrinas...
Esquecem-se do amor e suas meninas.
Com ferro se queima
Com fogo se marca,
Chora porque teima
O prazer não destaca.
Destoa do quadro cinzento
De um mundo difícil e doente,
Ao passo que o azul do firmamento
Só me faz ainda mais carente.
E então... O que dizem senhores?
O que fazem? O que sabem?
Onde estão seus clamores?
Por onde andam? O que reclamam?
Quais sãos os fulgores?
Que acalentam o peito
Que derretem os dissabores
Do rígido preconceito.
Qual é o jeito
Que se faz para transcender?
Isso nos diz respeito
Pois também iremos padecer.
Na busca de sabedoria
Esbarra nossa experiência...
Em cada nova poesia
Humanidade pede clemência.
Hilton Boenos Aires
28 – Maio – 2015.
Caruaru – Pernambuco.