A sacola cheia e a sacola vazia
Ouvi falar de uma jovem senhora,
não sei se é do presente, do futuro ou do passado.
É estranho, mas penso nela assim mesmo...
Meio sem idade e sem meias verdades.
Disseram que não é bonita.
Mas, também não é feia.
Que é até meio esquisita e
sempre usa uma colorida meia.
Não se atribula com o tempo,
nem se apega com a dor.
Vive cada momento e
Fala sobre o amor.
Uns dizem que lê pensamento,
Já outros, dizem que lê mão.
Pra mim, nesse diz-que-me-diz,
quem vê cara, não vê coração!
Há algo intrigante, um tanto quanto importante,
mais que detalhes, mais que coloridas meias.
A jovem senhora carrega sempre consigo duas sacolas,
uma vazia e outra cheia!
Parece até uma mania, um toc, uma alegoria.
Quando chega algo novo, ela agradece e avalia:
Se é bom, deposita na sacola cheia.
Mas, se é ruim, coloca na vazia.
O curioso é que a sacola cheia
fica cada vez mais cheia.
Já a sacola vazia, permanece vazia.
Qual o segredo dessa magia?
A sacola vazia não tem fundo!