Assimetria das exigências da vida

Seja, de uma vez. Ou então, não seja, e ponto final.

A vida é muito curta para tamanha indecisão.

A vida é curta demais para tamanho meio-termo.

A vida exige quente ou frio. É, ou não é.

Gosta ou não gosta. Ama ou odeia até o fim dos tempos.

Assim ou assado. Frito, faz mal demais.

Decisão, ao invés de uma enorme plantação de Pé-de-Se.

Constância, no lugar de se deixar levar conforme a força da onda.

Discernimento, no lugar de "tenho, e dou, ouvidos para todos".

Sinceridade, ao invés de desculpa esfarrapada.

Maturidade, ao invés de ações e pensamentos da pré-adolescência.

Vintage, no lugar do velho.

Ver, perceber, analisar e se mover, ao invés de apenas olhar.

Coragem, ao invés de fingir.

Passos firmes, não importa o terreno e quiçá o sapato.

Pacificadores, ao invés de sustentadores de brigas intermináveis.

Pés que vão onde se necessita de ajuda,

no lugar de pés que ficam estagnados, assim, pra cima.

Aliás, estagnado nunca é bom.

Bem como a réplica jamais se comparará ao original

E ver uma foto do Sol se pondo no horizonte,

nunca será mais incrível do que parar um pouco a vida pra contemplar o que é belo.

Seja poesia, seja crítica, seja dissertativo e opinativo

Seja criador de ideias, ao invés de mero comprador de todas elas.

E se você ainda não entendeu, faço questão de repetir

e até simplificar a minha tese:

A vida é curta demais, bela demais, trágica demais, dramática, crítica demais

e até, romântica demais, para ser morna.

E mornidão, não tem nível para se medir. Morno, é sempre morno.

Nunca demais, nunca de menos.

Morno.

Débora Cervelatti Oliveira
Enviado por Débora Cervelatti Oliveira em 04/10/2015
Reeditado em 13/10/2015
Código do texto: T5404420
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