Assimetria das exigências da vida
Seja, de uma vez. Ou então, não seja, e ponto final.
A vida é muito curta para tamanha indecisão.
A vida é curta demais para tamanho meio-termo.
A vida exige quente ou frio. É, ou não é.
Gosta ou não gosta. Ama ou odeia até o fim dos tempos.
Assim ou assado. Frito, faz mal demais.
Decisão, ao invés de uma enorme plantação de Pé-de-Se.
Constância, no lugar de se deixar levar conforme a força da onda.
Discernimento, no lugar de "tenho, e dou, ouvidos para todos".
Sinceridade, ao invés de desculpa esfarrapada.
Maturidade, ao invés de ações e pensamentos da pré-adolescência.
Vintage, no lugar do velho.
Ver, perceber, analisar e se mover, ao invés de apenas olhar.
Coragem, ao invés de fingir.
Passos firmes, não importa o terreno e quiçá o sapato.
Pacificadores, ao invés de sustentadores de brigas intermináveis.
Pés que vão onde se necessita de ajuda,
no lugar de pés que ficam estagnados, assim, pra cima.
Aliás, estagnado nunca é bom.
Bem como a réplica jamais se comparará ao original
E ver uma foto do Sol se pondo no horizonte,
nunca será mais incrível do que parar um pouco a vida pra contemplar o que é belo.
Seja poesia, seja crítica, seja dissertativo e opinativo
Seja criador de ideias, ao invés de mero comprador de todas elas.
E se você ainda não entendeu, faço questão de repetir
e até simplificar a minha tese:
A vida é curta demais, bela demais, trágica demais, dramática, crítica demais
e até, romântica demais, para ser morna.
E mornidão, não tem nível para se medir. Morno, é sempre morno.
Nunca demais, nunca de menos.
Morno.