Pedra
De arrependimentos tenho
Da pedra que joguei no rio
Observando lentamente afundar
Desmanchando minha face nas águas turvas
Depois de a pedra se afogar.
O desespero interno de reconstrução da perda
E o desejo bradando auxílio inexistente
(Consumido pelos erros da gente)
Todos os gritos foram inúteis
Desde que deixei cair das minhas mãos
Aquela pedra, fria, porém, de constante solidez.
Onde o coração não alcança mais
Meu sonho, agora não mais oculto
De voltar atrás.
O esforço sobre-humano
Fiz em um nó tardio de um anzol de prata
Atirei em busca da pedra - A perda.
De longe eu avisto
Que não havia visto que estava errada
E a pedra na água jogada
Coisa estagnada que não virá até o anzol!
É perda de tempo!
Agora, me resta lavar as mãos sangrentas
Na água e jogar pingos vermelhos ao vento
Os dias são tempestuosos, agora
Não há paz na obscuridade desperta
Apenas,
há penas...
Minha moradia agora é na areia deserta.