Pedra

De arrependimentos tenho

Da pedra que joguei no rio

Observando lentamente afundar

Desmanchando minha face nas águas turvas

Depois de a pedra se afogar.

O desespero interno de reconstrução da perda

E o desejo bradando auxílio inexistente

(Consumido pelos erros da gente)

Todos os gritos foram inúteis

Desde que deixei cair das minhas mãos

Aquela pedra, fria, porém, de constante solidez.

Onde o coração não alcança mais

Meu sonho, agora não mais oculto

De voltar atrás.

O esforço sobre-humano

Fiz em um nó tardio de um anzol de prata

Atirei em busca da pedra - A perda.

De longe eu avisto

Que não havia visto que estava errada

E a pedra na água jogada

Coisa estagnada que não virá até o anzol!

É perda de tempo!

Agora, me resta lavar as mãos sangrentas

Na água e jogar pingos vermelhos ao vento

Os dias são tempestuosos, agora

Não há paz na obscuridade desperta

Apenas,

há penas...

Minha moradia agora é na areia deserta.

Natália Camargo Dutra
Enviado por Natália Camargo Dutra em 04/11/2015
Reeditado em 04/11/2015
Código do texto: T5437744
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