No Cerne pedral do silencio
No cerne pedral do silencio
Onde a alma se compõe ou descolore
Falaste o que urge deve ser dito
Com som melhor de celestes bocas.
Ao homem humaniza a voz clara
E alta, que do coração fala.
Aléias perfumosas melodiam
Do âmago secreto e velado
À matéria, tacita exposta e provável.
Lembra-me do que sei e esqueço,
Do que finjo esquecer
Tanto me assusta o vislumbre da presença.
Caracteriza em teu seio expesso o ser
Nas alegrias, nas sensações cria diferença
E no amor, na amizade,une-as à semelhança.
Posso reacreditar,ouso o novo amor
Dos tempos novos,o eterno amor,o laço
Está reoferto.Pelas alamedas da alma
Já refloresce a esperança.Singela flor
Revive enorme o doce canto.E a solidão
Por tua voz se povoa de mil presenças.
Entrevejo os séculos que outrora viveram,
Presinto o desalento e o alento reincidentes
Donde as almas para a luz se erguem.
Século nenhum abrange o momento
Em que amor desnudo revela a Beleza.