SANTO DESMATAMENTO DO AGRONEGÓCIO!...

Um desmatamento santo, diria Kátia Abreu.

Um desmatamento e tanto,

que carcome a geografia do Brasil,

desmatando tantos campos de futebol

como em um único dia nunca se viu...

Mas este seria um desmatamento

que avança país adentro

por uma causa cem por cento santa!...

Afinal, o que importa são os números, é a produção

que enriquece “a Nação”!...

(Ops! Ou enriquece os donos do agronegócio?)...

Desmatamento é questão que indica evolução

do agronegócio...

O agronegócio é membro-sócio

do santo desmatamento

produzido dias e noites adentro

por todo o país!...

Afinal, quem se importa

com o povo que habita a mata,

o rio, a paisagem do assentamento?

Quem se importa com o que muda

nas dinâmicas das chuvas,

do tempo e do vento transformados

que trazem tornados, inundações,

secas, estiagens, desmoronamentos?

Quem é que se importa

com as metamorfoses ressentidas

pelas populações urbanas,

rurais, regionais, globais?

Os olhos do agronegócio se coçam e até brilham

ao verem dólares encherem os bolsos

de quem os mira e nada mais!...

O povo que se acomode às metamorfoses

do espaço, do tempo!...

Afinal, o povo também é sócio

desse santo negócio,

dessa história que parece um sacramento!...

É ele (o povo) quem paga

os lucros extraordinários

mais e mais expandidos,

a cada dia extraídos pelo agronegócio!...

Ou seja, em último levantamento,

é o povo, realmente, quem paga, finalmente,

fielmente, sem reclamações,

todo desmatamento,

esse troço santo

que tanto enriquece o agronegócio,

muito embora acossa o povão

e ferra a Nação!...

(Luiz Carlos Flávio)