Pupilos

Na estrada da vida marcas de freadas,

Quando, de súbito, queimamos pneus;

Pistas, das decepções muito choradas,

Não identificadas, livramentos de Deus...

Tempo cheio de marra busca no túmulo,

Sentimentos inumados e renasce à vida;

Mesmo, se, pra torcida parece o cúmulo,

A bola rola, sem dar bola para a torcida...

Os desamores chorados, ora, sem pranto,

São relegados ao vasto monte dos trastes;

Pois, novas esmeraldas, belas, entretanto,

Assumem a forma, encaixam nos engastes...

Milionários dos sonhos, reis das quimeras,

Até choramos as perdas do que não temos;

o filme da vida busca cenários, em taperas,

aí, vem sem esforço, o que não merecemos...

A choque inevitável entre ilusão e realidade,

onde batemos de frente amassando os lábios;

a vida labora, pintando a aquarela da verdade,

até obter de nós, o valioso silêncio dos sábios...

No polo do sons sem tino, sabedoria hiberna,

faltando ilusões muitos se jugam perdedores;

fica o tempo necessário dormindo na caverna,

Até que nossos olhos liguem seus limpadores...

As lagartas conformadas, com medo do pulo,

Talvez, por gostarem de suas rasteiras casas;

Enquanto mantiverem o seu apego ao casulo,

lhes será vetada auspiciosa ventura das asas...