Um poema burro
Um burro que entende minha voz,
E decide que vai ir aonde eu vou;
Poderá cobrar de mim, logo após,
Caso seja insalubre o feno que dou...
Entendo a responsa de influir assim,
E jamais quero ser cobrado por isto;
Portanto, nunca o digo, vá por mim,
Antes, apresento só o feno de Cristo...
O homo sapiens inda é um ignorante,
Ignora a diferença entre gato e rato;
ao valente na briga chama arrogante,
E o pusilânime inútil, chama, cordato...
Ora, pra cada gancho o devido engate,
Os passos da dança, a música que traz;
Assim, convém ser raio em combate,
E basta ser uma brisa, quando há paz...
Que triste ver uns infantes marmanjos,
Pesados para que seu berço se embale;
Por ter interesses amoldados a arranjos,
Quem tem valores, luta pelo que vale...
Assim, convém bem arrumar a mesa,
Separando ao ser, da falsa aparência;
notem que humildade não é fraqueza,
saibam, que ousadia não é violência...
Na cidade do saber, ignorância é algoz,
e corta cabeças com seu sabre bandido,
já que o burro consegue entender a voz,
que possa também, entender o sentido...