A última rosa no fim da estação

A última rosa no fim da estação

Cai levemente da pequena cerejeira

De chão antes coberto

Tapete que dava vida ao solo se foi

O tempo que passa

Para todos o tempo passa

O ciclo termina

Tudo tem um fim

Mas tudo que tem fim, finalidade tem.

Olhos superficiais vêem apenas seios

E não conseguem ver a beleza

Escondida no coração que está por detrás

Tem tantas complexidades de mulher

Tantas singularidades

Que o simples tolo não consegue entender

A última rosa deitada ao chão

Não representa o acaso,

Acaso é desculpa de quem não sabe ou não entende,

Sua formação, crescimento, queda e sono

São passos complexos da vida

Que na mente dos contemporâneos não tem lugar

Ocupados de suas carências

Esquecem que a vida não é sou onde estou

Todo ciclo prepara o próximo ciclo

Uma rosa que cai pode nunca mais rosa ser

Mas fertiliza onde quer que por fim se deite

Gerando nova fonte de vida

Alimentando a vida

O ciclo da vida

O caos que promove a vida

E loucos hoje não querem pensar

Refletir na vida é tempo que não querem gastar

Nascem mas nunca vivem

Morrem sem a vida conhecer

Vivendo para si mesmo se perdem

Quando morrem ainda é alimento

Que envenenam novos frutos difíceis de curar

Não vivem e não promovem a vida de ninguém

A rosa, última rosa da estação.

Nada representa para quem não representa nada.

Triste pensar que quem nada é e nada representa

Nos nossos dias representa tanto...

A voz da última rosa, um sussurro do fim da vida,

De que a vida verdadeira veio, e para dar vida ele morreu,

E para quase todos hoje, ele é tão pouco ou quase nada é.

Felipe Dcarlos
Enviado por Felipe Dcarlos em 07/01/2016
Código do texto: T5503142
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.