Nas asas da alma

Asas, dão ao condor, domínio dos Andes,

Ao beija flor, fazem pairar ante o seu pão;

Apequenam em si distâncias mui grandes,

Levam até sua janela, meu solícito coração...

Nem sempre, virtuosas, há a outra metade,

A velocidade serve para distintos intentos;

Mentira, nelas, chega bem antes da verdade,

pois, voam muito, certos abutres nojentos...

Meu dinheiro ganha asas no céu das contas,

Carimba-me mão e se aninha noutros galhos;

O preço dessa vida, suas demandas, afrontas,

Pior que as asas da grana, se voa o trabalho...

Asas técnicas levam meu touch até o satélite,

E devolvem novinho, ali, no terreno ao lado;

Sonhando que, uma hora esse voo revele-te,

Quão perto fica quem está assim, apaixonado...

Enfim, as plumas leves que nos saem do chão,

É a alma, pois, nosso corpo pesa muito pra ela;

então, sempre que dou asas pra a imaginação,

eu pouso certinho no colo alvo de minha bela...

Mas, esse voo, por ora, é um devaneio apenas,

Digo o milagre, mas, a minha santa ainda privo;

Não me importaria, se ela cortasse-me as penas,

E vivesse também, nessa gaiola aonde eu vivo...