Os chapéus.

Centenas de chapéus pelo chão

Carros parados no vermelho

Cabeças perdidas na multidão

Jornais de hoje, balançam no varal

Que só dizem o que já sabemos

Guimba na mão trêmula que acende

Última puxada, de uma boca qualquer

Cães de rua atravessam entre pernas

E perdem-se entre praças e ruelas

Restos de vida que ainda pulsam

E em repulsa se contagiam, uma lágrima

Ameaça chover, o vento fecha os olhos

E agora faz voarem os chapéus

Quem sabe se cubram as cabeças

Pelo menos desta vez.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 18/01/2016
Reeditado em 19/01/2016
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