A Liberdade de Colher o Mel
Não tenho de esperar, na urna aberta do agora,
Amplo espaço onde trafegam os sóis
Cavalgam, voam, ébrios do próprio rastro
Semeando amores preciosos e duro ódio.
Porque esperar ante a senda matutina?
Porque não beber nas luas corrompidas?
Sou capaz da suprema felicidade,
Justiça é alcançar a dita do amor!
O poliamor é coisa minha, o homem livre,
Amores sem conta para ser feliz
E a desgraça das amadas ,se te punge,
È o imposto no coração de viver.
Como me dói a parte que me toca!
Se é que alguém tem senso de justiça
O prazer é a melhor das redenções
Quem não sabe disto é uma besta.
Machucado no corpo e na alma choro
A ausência do deleite,na dor da solidão,
Vagamente das lindas me enamoro
A paixão anêmica e a dor suave.
Casado com a musa que me incita a orgia
Sensível enamorado e volúpico compulsivo
Tenho tudo na vida de que preciso
Exceto do amor das mulheres o luxo.
Dialogo facilmente com a amada desposada
Ofereço-lhe um leque de lirismos e confissões
Tremo anta os dadivosos corações
Das mulheres sedentas de ouro e poesia.
Não lhes posso dar o trono de rainha da matéria
Nem o orgasmo do meu melhor amante eu
Trago belos os olhos e o rosto, o ventre inchado,
A palavra encarcerada, e elas se enamoram.
Dado o dom de despertar o enamoramento
Se raramente ouso colher as rosas
Que dane-se o pudor me sua trágica medida
Quero viver a vida como bem o mereço.
Na esquina a puta casada talvez me espere
Quem sabe se não namoras uma vadia?
As mil vadias ,devidamente amadas
Darão sentido a vida mais sombria.
Não querer nada além duma boca de chupeteira
Um corpo de mulher, provavelmente infiel,
E a liberdade de recordar, grato com o vivido
Espancado pelo dever e mimado do mel feminil.