Efemeridade

De humor sádico e carbonado,

Extermina cálidos amores.

Dizem que cura as dores

De um parto mal acabado.

Dos reis, a mais temida praga,

Das fortunas, a traça infame,

Aparta de ti a quem te ame

Oh velho nefasto que tudo traga.

Guardo no peito pungente lembrança,

Morta-viva e necrosa esperança

Daquilo que já não se pode pagar.

Quem me dera poder levar

Aquilo que em vida ostentei.

Apenas com o frio e fino verme,

minhas unhas e cabelos fiquei.

E de herdade a coletiva febre,

A fiel madrasta, a morte.

Deyvid Medeiros
Enviado por Deyvid Medeiros em 26/01/2016
Código do texto: T5523842
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