Uma lufada de vento

Miríades de cadáveres

passaram por estas paragens,

desde o início daquilo

que chamamos humanidade...

Mas nenhum deles soube o

motivo pelo qual esteve,

apenas passaram, como

passa uma lufada de vento...

É deles, de mais ninguém, a

herança do que somos hoje

e, no entanto, nós é que

a aproveitamos, sem medo...

Deles, pouco ou nada demos

de honrarias; aos mais famosos,

nome de rua, praça, quiçá.

Aos outros, nem isso, nem nada...

É claro como água limpa,

que os que morreram, não só

não tem mais vida, como não

podem ver morrer seu legado...

Mortos-vivos, zumbis, também

nasceram, cresceram, viveram

e finalmente, sim, morreram,

nessas terras mortiças; vento...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 12/02/2016
Código do texto: T5541339
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