Outono

Estado de espírito
Juventude se acabando
Clama, cotidianamente
Pela vida que, lentamente, se esvai
Depois de tanta luta, tantos conflitos
Que deixam na mente
Cicatrizes incorrigíveis...

Vai-se apagando a chama
Há uma voz que clama
Em lenta desarmonia...
De súbito, um fulgor esmaecido
Deixam as faces rubras, aflitas
E o coração angustiado palpita
A tarde finda em profunda letargia...

As mãos enfraquecidas
Enlaçam-se aturdidas
E buscam no olhar sem brilho
Luz para refazer a trilha
Enquanto os passos não param
E a mente se exercita
Traz à tona palavras que não calam...

E o olhar demorado, perdido
Nas faces envelhecidas
Solta um choro lento
Depois, o sorriso...
Ao redor, as folhas amarelecidas
Oh! Tempo outonal da minha vida!
Cobrem o chão... início de estação.
Mena Azevedo

Interação da poetisa Doce Val, a quem agradeço:

Mais um outono

Divino canto que minha alma invade assim ele chegou
Nestas vozes que ouço, porque envolta estou em alforria
Irradiando contatos de pura felicidade, estação singular
É mais um outono de plenitude, bonança e harmonia.

No teu cantar começa novo ciclo, é vida se renovando
Com um coro de anjos, com aromas de amor desperto
No afã da jovem manhã, no sol do meio dia ou poente
Elevando os coraçõesa alegria, na amplidão, liberto.

E quando vem a noite risonha, sonhando seu próprio sonho
Arco-íris de felicidade, outono livre e belo como cometa desperta
Nas cidades, jardins do universo, onde tudo são flores e poesia
Nas ruas, ébrios de esperança, andam o outono e os poetas.
Doce Val