Professia ao Jovem Iniciante

Da carne serás o escravo

E terás arrebatamentos tredos

E a saga inconstante dos enredos

Te levará da sua fúria no travo

Doce-amargo dos ébrios escarcéus

Entre povos de volúpias indistintas

Entre as gentes de afeiçoes famintas

Vedado ao puro êxtase dos céus.

Das unhas e dentes no agravo

E não terás leste sul ou norte

Somente o oeste das volúpias loucas

Da ânsia mundanal nas áridas cavernas

Na remota visão das pousadas eternas

As quais te chama ensolarado dia

Consolo ao devorar da fome erradia.

O prazer será teu dono,nunca teu escravo

Pouco te importará a confissão no entanto

As siluetas do desejo serão todo o encanto

E as sensações uvas levianas e vadias

Sem saber se és feliz ou triste

Parca liberdade te fará escravo

E sentirás da assulação no laivo

Deliciosos horrores e ardências frias.

Desdenhando da nobre essência alta e imortal

Render-se a passagem que nasce da morte

Alegre ou triste?U fano de paisagens

Bebedo de horizontes, entre apalpo e miragem,

Procurando o amor que nem sequer defines

Preso a carne breve e a influxos sublimes

Que de clarão a clarão te desvendariam o Alto

Não fosse da tua jornada o mundanal assalto.

O amor ate buscar tenha-te rendido

Morra a mágua no Letes de piedade e olvido

Tua ânsia impotente e tua misera estatura

Enleva no infinito caudal da luz pura

E o tanto que saibas e a perfeição conjugues

A perfeição ilimitada no teu molde revelada

Refugio único de contentamento e abrigo

Parra que a visão redentora do páramo ideal

Não erres em vão,a negar tudo que exprime

Bens superiores ao contentamento banal

Em cujo fluxo de auroras te sentirás largo.

Pois a razão terrena ao seio louco quer

Proclamar um Éden no corpo grato da mulher.

E serás sempre adolescência, enquanto durar no peito

O sentimento de novidade e o espírito de encanto.