Fugas...
Às vezes bate uma vontade de sair correndo pela rua
Totalmente nua...
Não "nua" de roupas, mas...
Nua dos meus medos perseguidores,
Das sombras que me sugam,
Que me causam tremores... Vou me despir!
Vontade de correr por horas... Longas e demoradas horas.
Correr sem rumo... Sem hora de volta,
Apenas correr!
Vontade de GRITAR, GRITAR, GRITAR...
Vontade de descabelar, de me perder...
Então eu lembro que perdida já estou,
Perdida nas profundezas do meu SER.
Nesse mar sombrio, acabei de me afogar...
E volta a vontade de correr sem cansar, de gritar sem parar...
Mas, gritar para quem?
Quem é que vai ouvir?
Quem é que vai me resgatar?
Se ninguém me ouve... Ninguém me ver,
O jeito é correr de dentro para fora, desse medo sugador,
Para enfim deixar de ser dor!
Esse sofrer consumidor que me arrasta
E cada vez mais, de mim mesma, me afasta...
Sei que é difícil de compreender,
Pois, nem sempre conseguimos os sentimentos descrever.
Por isso, peço que não me julguem louca...
E nem tentem entender esse doer entendível...
O jeito é correr bem rápido
Para esse medo não me alcançar...
Gritar bem ALTO, mesmo que ninguém ouça,
Mas, vou tentar despertar meu "EU" e fazê-lo escutar
Para poder vir me alcançar e assim jogar a corda
Para das profundezas desse poço me retirar...
Preciso achar a saída do "Labirinto de Confusão",
Preciso resgatar meu "EU" em mim perdido!
Ouço respirar... É o meu Eu dando sinal,
Agora corro para dentro... Jogo a corda,
Ei... Vê se acorda!
Enfim, encontrei Você Eu...
Que estava todo esse tempo escondida aí,
Fugindo de si, correndo de mim
Nem o reflexo no espelho estava mais a refletir...
Dê-me a mão, saia daí!
Venha para fora... Ainda resta vida aqui!
(Sol Dantas)