O geógrafo, o território e seus sinais
O geógrafo se atenta
às humanas formosuras e desgraçosidades
que o mundo apresenta
semeadas por entre as feições
da natureza apropriada!
O geógrafo questiona os assentos
das formas-conteúdos e diversidades
formalizadas em (des)umanas territorialidades!
O geógrafo não é isento
às belezas e calamidades cultivadas
mediante políticas bacanas ou insanas,
podendo se fazer atendente
de interesses humanos ou tiranos.
O geógrafo é profissional
que mapeia os rebentos
de vilanias disfarçadas,
embalsamadoras e ocultadoras
de desfaçatezes e estupidezes
as quais nunca se apetecem
de tanto sorverem
sangue e mais-valia humanos...
O geógrafo se atenta em decifrar e solucionar
as formas plurais de cultivos territoriais
que tratam homens como seres desiguais
minados por engodos e feridas
cujas formas reproduzem
o que são as vidas banais,
combustíveis de sistemas mercantis
instituídos e dissimulados
por interesses servis criados e alinhados
com as formas de ver, sentir,
fazer, agir e lucrar
que seguem o modo de planejar
o lugar, a cidade, a região e o campo,
como cantos ou espaços globais
à imagem, semelhança e interesse
dos mundializados capitais...
O geógrafo é um ser atento
pensando os territórios,
seus versos e possíveis reversos.
Pensando, o geógrafo se vê atuando
decifrando sinais
a fim de propalar outros possíveis portais
para questões naturais/sociais
que envolvem homens e terra...
(Luiz Carlos Flávio)