Quem És Tu?
Donde foges o ser apressado
Oh espírito louco e espantado
Pelos rugidos da imensidão?
O que buscas triste desgraçado
Que do próprio peito desterrado
Sentes aos gemidos o coração?
Porque foges da calma singela
Do lar materno, e a procela
Das fúrias do espaço te atiras?
Qual o crime que a tua fronte vela
Que te faz ter vergonha de te-la?
Crime, vingança,ódio, ira?
Porque foge o ser maldito
A ocultar o corpo no infinito
E a alma no desespero?
Porque assim te jogas atoa
Ao precipício, porque voa
Tua passada em atropelo?
Buscas um local em que esquecido
Fique teu nome malfadado
E o espírito ,repouse em paz?
Mas que!Nada te adianta a busca
A cada passo que dás mais brusca
É a maledicencia voraz!
No infinito buscaste um abrigo,
Da morte o consolo amigo,
Das trevas um raio de luz.
O maximo que achaste, o descaso
Que envolve em sarcástico pasmo
A noite a rir da tua cruz!
Oh noite calada!Cruel orquestra
Da indiferença parcial és mestra
Noite que até ao criador ignora!
Alguma bondade em tua paz abrigas?
Que tenha pena de teu peito que formiga?
Algum apoio em teu silencio mora?
Quem és tu,ci8nhecido estranho
A sentir o duro peito de antanho
Que falsa plenitude cogita?
Ah!Carrega-te a pressa e o desespero
E leva-te à fuga em atropelo
Sangra,geme.e inteiro palpita.