Eternidade Juvenil

Avetiza do coração,canto eterno,

Correção marmórea de carne pomposa,

Viça a primavera de amor da rosa

Capaz d e resistir ao derradeiro inverno.

Quando do corpo o mel alabastrino

Sucumbir ao rugido do leão da idade

Quem amara teu espírito feminino

Coa chama santa do amor que arde?

Eu te amarei a carcaça repelente

Cujo aguilhão me será o paraíso

De um amor juvenil e contingente

Como se nada mais fora preciso.

Mas,que anela a mocidade lisongeira

De teu corpo débil, flébil, soluçante?

Oh pomba jovem de asa traiçoeira

Leve ave a tornar o amor aviltante!

Tu queres o ouro, dourada ratoeira,

A posse do luxo na vaga do instante

E tua alegria dadivosa e negligente

Aponta a rapina como festa verdadeira.

As pedrarias do trono altivo exterior

Gemas de encanto mentiroso e alviçareiro

Não posso dar como o eterno penhor

De meu amor, muito mais que aventureiro.

As rosas murcharão,o mel perde o sabor,

O tempo é adaga afagante e sorrateira

Não me queres então amar, bela forasteira,

Ao céu de tua boca em rutilo esplendor?

Oh aparência!Oh ornato!Oh palavras!

Oh clara sedução de um belo olhar!

Quereis acaso o redivivo altar

Onde o sepinterno tece amorosas lavras?

Eu me encantarei eternamente de teu riso

Teu breve riso afrontara o duro inverno?

Os vagalhões da orgia te darão falerno

Pelo erma noite da lembrança,se preciso?

A morte é um espectro insolente

Capaz de dissolver toda couraça humana;

Alem se eleva a afeição soberana?

Tu, cujo amor jovem me faz falar de morte?

Na pegada de incertezas do universo

Não passa o dia da vida dum estalo!

Queres pular,ave ligeira,de galho em galho

Para matar da morte o cirurgião perverso?!