Acharam que eu achei"
Você, com um olhar, sem girar, me acusou,
Como se eu fosse o erro, o desvio do seu rumo.
Errante, não sou herói, sou mais um, cansado das palavras,
No silêncio de Barros, onde o dito se esconde na terra.
Liberdade, essa ilusão medida pelo bolso,
Você fala de dias comuns, mas onde está a poesia de Neruda?
Lá fora, o mundo segue, as feras ainda caçam os frágeis,
Vivendo em frascos, sonhando com campos abertos.
Contando histórias de quedas e glórias,
Presos em mantos de ilusões, carregando pesos de Rilke.
No mesmo lote de terra, lado a lado com a desilusão,
Cólera e dor, pilares frágeis de uma existência turva.
Mais um 'não' ecoa, na hora que mais queria seu 'sim',
Escolhas são renúncias, num mundo de caminhos sem fim.
E para que Deus entre em nossa casa, em nossa lida,
É preciso unir coração e mente, na jornada da vida.