Behaviorismo

Na decrepitude da incerteza, eu sozinho dormia...

E em tramas infantis e cambaleantes,

Dramas vacilantes eu escrevia...

Suspirando, quase partia engolido da vida!

No arcaico poema, ascende o ardor da resposta

A notável voz do arauto que se ouvia enternecida

Ressoando na língua do bardo suplicante,

Ia num descompasso intrigante a momentânea melodia

Que transpira belicismo em insólita agonia

E ocasiona nos ouvidos os ferrenhos assédios

Adquiridos em lágrimas herdadas pelo tédio...

E era nesta insegurança que se prevalecia

Que rebentavam as vilezas do meu passamento!

Que se enfurecia com o vitupério, com a zombaria

E me consumia duma insegurança incondizente

Por ser eu, duma mente tão oca, tão negligente...

A canção da minha alma, tão indigna de nota!

Por uma esperança que a mim mentiu!

Por uma confiança que de mim sucumbiu!

E pincelou um futuro estreito e estúpido

Em tintas opacas e mortas...

Não posso persuadir a vós, que nessas linhas

Há relevantes premissas

Ou exuberantes significados...

Não seria justo ser eu responsabilizado

Pelo meu comportamento condicionado!

Por algumas noites passionais padeci por anos...

Mitologias que concebi para fechar os olhos!

Moroso por me agradar com os imprevistos

Pois, senão fora por essa gnósis que tanto sonhei,

Doravante, fora só isto que no caminho achei!

Eu simplesmente estava acostumado com isso...

E em face com a morte, com a rubra insanidade

Indago-me se faltou a minha vida moribunda

Alguma misericórdia, alguma piedade...

Mas é supremo o silêncio que jaz e me acalenta!

Negação introspectiva e deveras estupenda!

A canção da minha alma, tão indigna de nota!

Lembra-me da sangria que imola o peito!

Lembra-me da penúria à que estou sujeito!

Um retrato indolente duma natureza jovem

Contudo, tão pálida, tão morta...