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Sou poeta de poemas ruins

Aqueles que ninguém lê

Como um artista de rua

Que ninguém quer conhecer

Sou como um poço

Onde ninguém sabe onde vai dar

Se é muito raso

Ou fundo demais para chegar

Alguns observam meus movimentos

Como uma apresentação de balé

Mas poucos sabem

Que eu não danço em pé

São em silhuetas

Composições

Assim como os poemas

Péssimas canções

Mas que me fazem bem

Me fazem melhor

Esquecer um pouco do ódio do mundo

E quem sabe dormir só

Não ganho nada com isso

Nem um tostão

Mas é algo que me faz sentir importante

Faz bem pro coração

Pois deposito as mágoas

As aflições

As tragédias

E decepções

Aquela de ter perdido um amigo

De ter perdido um irmão

Ter perdido quem ama

Ou alguém que me despertou emoção

São fases da vida que aprendemos a lidar

Pequenos desafios

Que mesmo sendo difíceis

Nos fazem acreditar

Que você assim como eu

Pode ser e será maior

Que qualquer dor

Que qualquer mal

E quem sabe um dia

Quando estiver deitado

No meu último suspiro

Eu grito venci calado

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 29/11/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5838476
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