Contando os anos

Quando criança contava as horas pra chegar aquele dia...

O dia cinco do mês cinco! Maio, meu aniversário!

Mas agora, admito, já não tenho tanta pressa.

É de fato não minto, neste ano tive menos ainda,

Pois saí da “casa dos trinta”...

Em cinco do cinco de setenta e cinco: nasci!

Uma data bem propícia, para uma poetisa,

Mas, confesso que neste aniversário me lembrei do poema

O tempo e as jabuticabas de Ruben Alves, e eu também contei os anos...

E também percebi, que boa parte, eu já vivi.

Que o tempo passa como a brisa, assim displicente, rápido, fugaz.

Tanta coisa pra fazer, mas as horas são poucas para o dia,

E os dias poucos para o mês, e assim passam-se os anos,

Perdem-se os planos...

Percebi que o maior presente, não é visível, nem material,

O maior presente é com certeza o momento atual!

Que o tempo flui constante e corrente como os rios,

Que rios permanecem os mesmos rios.

Mas as águas são outras...

Que nós continuamos sendo nós.

Porém não continuamos os mesmos.

Que os anos bem vividos nos tornam amadurecidos.

E que a inquietação com o futuro, ou a prisão no passado,

Impede-nos de viver a dádiva do presente.

Enfim, que maturidade é a sabedoria,

De viver com alegria, um dia de cada vez!

Poema publicado no Livro de Ouro da Poesia Brasileira Contemporânea - Edição Especial - Julho de 2015

Vanessa Ananias Malacrida
Enviado por Vanessa Ananias Malacrida em 20/12/2016
Código do texto: T5859082
Classificação de conteúdo: seguro