Escravidão

Nasci na cenzala

Chibatadas no lombo levava...

Cresci sem voz e nem vez

Nasci pra servir aos meus senhores!

Para o trabalho fui educada

E aprendi o ofício muito cedo...

Escrava de pele cor de caramelo,

Cabelos duros como arame

vestido de chita singelo

Cabresto tive que usar

Pra do objetivo não desviar.

Olhar perdido no horizonte

Cabeça sempre baixa

pra não mostrar o semblante ...

A tristeza tatuou-Se nos olhos,

Na boca mordaças de ferro

Pra não sofrer os açoites!

O choro muitas vezes engolido

São lágrimas no coração contidas

Que perdeu-Se no vento

Mas, nunca saiu do pensamento...

Foram lágrimas choradas

Sem ser derramadas

Que continua roendo por dentro.

Sonhei com uma tal liberdade

Que nunca sequer alcancei,

No mercado fui comprada

Mas, só de dono troquei...

Em meu Castelo de sonho

Permaneci trancada,

Tendo a amargura e a dor

Por companheiras.

Um dia a muralha foi derrubada

E a tal liberdade?...

Não sei pra que serve

Se minhas asas foram quebradas...

Léo Lima

Leonice lima
Enviado por Leonice lima em 25/12/2016
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