A estrangeira
Alma estrangeira ao corpo
quer ocupar a morada,
sem raiva nem ódio contrito
à finitude do destino,
sua intenção é clara
nunca é uma visagem além
da porta de entrada
sem precipitar nenhuma saída,
se há quem saia de si
há também a alma espontânea,
maestra da sinfonia e da dança,
capaz de implodir cores
sutis no desenho de si mema
sem causar ondas de choque
em qualquer direção ambígua,
sem briga com o lugar
onde mora, casa não escolhida,
que dá lugar a alma,
alma que é também casa.